09 novembro, 2011

Reflexão da Sexualidade de Foucault

Essa é uma dissertação à respeito das discussões em sala de aula sobre a sexualidade e seus mecanismos de subjetivação e poder, baseadas na "História da sexualidade" de Michel Foucault. Uma boa leitura e espero que esse pequeno texto possa interessar aos poucos leitores desse microorganismo pulsante e efervescente (risos) a buscar a obra de Foucault.

Tornou-se necessário confessar nos mínimos detalhes as práticas sexuais, o sexo se tornou algo a ser exposto e não escondido ou reprimido como muitos ainda pensam. É preciso falar sobre sexo porque sexo ainda é tabu, porque ainda somos uma sociedade muito conservadora. Será mesmo que somos tão conservadores assim? Será mesmo preciso falar sobre o sexo para que ele deixe ser um tabu na nossa sociedade? Sim, é isso que processos de subjetivação fizeram com que pensássemos. É que a mídia e o mercado estão interessados.
            Ainda se discute muito a questão dicotômica de uma sociedade sexualmente liberal e uma sociedade sexualmente reprimida ou conservadora, porém o que se observa é que os conservadorismos e liberalismos da vida sexual da população é uma pauta descartada, quando esse tipo de discussão já foi ultrapassada, visto que os mecanismos de poder estão tão presentes na necessidade geral que as pessoas tem de falarem de sexo. Hoje no bar, na escola, na televisão, em casa com os pais o papo acaba sempre sendo o mesmo, o sexo. Por que ouvir as histórias sexuais dos outros, contar as suas próprias aventuras dentro das quatro paredes, ou fora delas dá muito prazer e o discurso científico nos autorizam a voyeurismo.
Portanto a questão sexual está muito ligada a uma prática de cuidado de si, de se estar muito bem consigo mesmo e com sua sexualidade, sentir-se a vontade para transar e viver as possibilidades da transcendência do gozo. Então vemos um mecanismo normalizador atuando na nossa contemporaneidade, ele está no slogan faça sexo e seja feliz presente cada vez mais nos discursos de especialistas e da grande parcela da população interessada no exibicionismo. Mas será mesmo que o que todo mundo necessita para ser feliz é simplesmente de mais sexo? Talvez a maior necessidade das pessoas seja do afeto e carinho de outro, algo que parece estar em falta numa contemporaneidade onde as pessoas se consomem e se descartam mutuamente.
Meu pensamento não vai contra à liberdade sexual ou a liberdade que o individuo tem para com o próprio corpo. Porque o objetivo aqui é fazer uma crítica ao que se vê cada vez mais frequentemente nos programas da televisão brasileira que escondem atrás de um pseudodiscurso liberal, um velho discurso repressor das liberdades individuais. Ainda se escondem por aí, nos becos sórdidos do preconceito, posturas reacionárias que condenam o diferente, o que não é normal. O que a mídia brasileira e mundial como um todo tenta fazer é que tudo passe a ser parte do comum, mas do comum liberado pelo politicamente correto, proibindo o palavrão, linguagem tão usual no nosso cotidiano, por que fere a moral e os bons costumes.

ps.: O texto é curto porque tinha que caber numa folha só.

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