17 março, 2013

Poemas

Dois poemas que escrevi há alguns anos atrás, mandei estes já faz algum tempo para a revista Cult, mas não sei nem se foram publicados, por que não recebi nenhuma resposta deles, então, por que não publicar meu "material inédito" aqui?!


Falar sozinho

Minha esquizofrenia não tem corpo, cor ou cheiro,
Talvez os sapatos que ainda mantenho,
Viva a imagem de quem um dia anseio.
Talvez um dia viesse me visitar.

Minha esquizofrenia talvez fosse triste e solitária
Mas não tem nada de figuras,
Antes fosse imaginária,
Vida própria, vida dura.

Minha esquizofrenia é simples, é muda,
Pouco cega nada surda,
Ouve bem sacudir os prantos,
Ouve tudo, mas não lembram tantos.

Esquisitice amarga que se sente,
Uma falta de entusiasmo.
Nas horas tristes se faz presente,
Mas é alegre no meu descaso.


Veraneio

Beijos como agulhas,
Feridas imaginárias,
Epiderme ensolarada.

Preto no branco,
Fotos desbotadas,
Ave encarcerada.

A brisa do mar,
O cheiro de mato,
Carne chamuscada.

O brilho das estrelas,
O breu do telhado,
Ressaca disfarçada.

Relógio parado,
Horas intermináveis,
Unha mal cortada.

A mesa do silêncio,
Vento na janela,
Comida requentada.

Amigos ocultos,
Pacotes desfeitos,
Flores na calçada.

Tarde monótona,
Palavras vazias,
Camisa engordurada.

Longos abraços,
Lágrimas nos olhos,
Sonhos na estrada.
 
Poemas escritos por Elton Borba

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