19 setembro, 2011

Sociedade dos Consumidos!

Tirinha de Alberto Montt

Esta é uma Reflexão sobre o texto “Sociedade dos Consumidores” de Zygmunt Bauman, fizemos esse trocadilho com o nome, porque segundo o texto, nós somos tão consumidos quanto consumidores e nessa nossa sociedade esquizofrênica. A marca de um determinado produto tem um valor muito maior que a pessoa que a está usando. Sendo assim o consumo nos define, mas apenas nos define como produtos a serem consumidos, a serem aceitos no sistema social. Somos ávidos consumidores de identidade, somos outdoors ambulantes, espaços para propaganda baratos e lucrativos. Não compramos apenas produtos, compramos ideias, conceitos e atitudes, compramos nosso modo de ser, nosso modo de pensar e agir na sociedade. Essa aceitação e reconhecimento do outro nos vem por parte da aceitação e reconhecimento como consumidores também.
É o que acontece quando somos bem recebidos em qualquer estabelecimento comercial, por que somos possíveis compradores e isso está estampado na nossa fachada. Desse mesmo modo somos recebidos no exterior, o que lhes interessa é nossa disponibilidade, como turistas, de consumir tudo o que for possível e voltar para nosso país, sem a possibilidade de ficar quando não somos mais necessários. Por isso somos considerados tão descartáveis quanto qualquer produto, porque precisamos estar constantemente nos adaptando às novas tendências. 
A partir da obra de Zigmunt Bauman  e sua opinião sobre o princípio de prazer e princípio de realidade, podemos observar que houve uma grande mudança na maneira com que a sociedade e seus indivíduos encaram essas questões. Outrora, como cita Bauman, o princípio da realidade deveria ter garantido vantagem sobre o princípio do prazer para que a convivência humana pudesse continuar existindo, desvalorizando o agora, a satisfação imediata e o prazer. O presente de existir em favor do futuro. Porém como vemos na sociedade pós moderna, ou sociedade de consumidores, como preferirem, anula esta “antiga” perspectiva de princípio de prazer e de realidade, onde submeter-se as demandas rigorosas do princípio da realidade se traduz em cumprir o compromisso de buscar prazer e felicidade, portanto é algo que se vive como um exercício de liberdade e um ato de auto-afirmação. Hoje em dia, vivemos numa sociedade individualista e imediatista onde os resultados devem ser favoráveis, rápidos e facilmente substituídos por outros resultados, outros ideais, outras metas pessoais, que acabam tendo um valor superficial e mecanicista.
 A produção de subjetividade no mundo contemporâneo  parece se construir em cima do que construímos nas relações consigo mesmo e das  praticas de si e principalmente dos meios de comunicação que passam a hipótese de construção de um ser único e completamente diferenciado. A partir do momento em que a nossa capacidade de percepção do mundo começa a absorver essas idéias, ficamos a mercê desta produção de conceitos de vida que dizem serem os que irão nos tornar pessoas felizes e capacitadas,cada vez mais ligados a marcas e rótulos e a cada dia menos questionadores de qual caminho e qual sentido devemos dar a nossas vidas. 
                   

15 setembro, 2011

Experiência

Experiência pode dizer que essa palavra me faz imaginar uma situação que pode ou não dar certo, mas também digo que uma experiência de verdade só fica marcada na nossa memória se ela realmente significou uma mudança na nossa forma de pensar e de viver a vida, sendo essa experiência nos trazendo mudanças boas ou ruins. Assim que tivemos que relatar alguma experiência que nos marcou positiva ou negativamente, me vieram a memória algumas delas que aconteceram comigo.
              Uma experiência que considero positiva e que realmente marcou na minha vida, que me fez crescer como pessoa e até as pessoas mais próximas já comentaram que foi um fato que mudou o meu jeito de ser, foi quando fui morar com a minha ex namorada, há alguns anos atrás. Quando nos conhecemos namoramos cada um na sua casa, mas certo dia ela foi chamada para um emprego muito bom, mas que seria muito longe da sua casa, onde morava com seus pais, como estávamos muito apaixonados um pelo outro, acabamos nos mudando para um local mais próximo desse novo emprego, e que facilitaria para mim, que já trabalhava perto da nova casa, e para ela também pelo mesmo sentido. No inicio foi difícil para nos adaptarmos com a vida de casados, pois nos dois sempre moramos com nossos pais, mas aos poucos, fomos nos adaptando, crescendo, assumindo novas responsabilidades que antes não tínhamos e que agora teríamos que assumir juntos. Foi nesse período também que fui incentivado a voltar a estudar. Com certeza essa é uma experiência que foi muito boa, me fez crescer como pessoa, pude aprender a viver de outra forma, com outra pessoa, sempre que penso nas coisas que eu não fazia antes desse fato acontecer, eu vejo o quanto eu era dependente dos meus pais, hoje sei que se eu sair de casa novamente, estarei preparado para lidar com situações que a vida um dia vai nos apresentar.
             Mas também ocorrem em nossas vidas experiências que nos marcam pelo lado ruim, que nos deixam tristes. Uma vez, me ocorreu uma experiência muito marcante, minha família foi pega no golpe do falso seqüestro. Nesse golpe os seqüestradores simulavam esse fato pelo telefone, no dia em que eles ligaram para o telefone da minha mãe, dizendo que meu pai estava sob a custódia deles, aconteceu uma incrível conhecidência, meu pai tinha saído no exato momento em que o golpe foi dado. Se aproveitando do momento, os golpistas nos causaram a impressão que tudo era verdade, nos exigiram um depósito em dinheiro, no qual tive que dirigir o carro como se estivesse numa corrida para depositar a tempo, antes de matarem o meu pai. Depois que fiz o depósito, ainda tinha que resgatá-lo em um local determinado por eles, sem pensar, sai do banco da mesma forma como cheguei, dirigindo e infringindo todas as leis de trânsito que existem, no caminho o meu pai me ligou, ele já estava ao lado da minha família e já estava indo ao banco para tentar desfazer o depósito. Fiquei aliviado com a noticia, quando vi que ele estava bem nos abraçamos e choramos com tudo que tinha acontecido naquele dia. Eu vejo na TV o quanto esse e outros golpes deixam as pessoas com medo e até mesmo paranóicas com isso, minha mãe foi a que mais sofreu, teve que pedir licença e fez tratamento para poder sair de casa, ficou muito assustada com tudo que aconteceu. Sempre que me lembro disso fico muito triste, por que coisas deste tipo machucam as pessoas e deixam a impressão que a nossa sociedade esta tomada pela violência, nos fazem parecer que á qualquer momento algo ruim possa acontecer novamente.
              Essas foram duas experiências que me marcaram e me vem na memória, me trazem sentimentos sempre que vejo algo parecido. Existem também aquelas experiências que não são uma história de vida, às vezes elas são um breve momento, mas que nos marcam para sempre. Sempre que chega o verão me lembro de chegar na praia, sentar na areia e ficar mexendo ela com os pés, me lembro também do vento da beira da praia, de quando era criança e brincava com meus primos na areia.Me lembro também do dia em que meu cachorro que viveu comigo durante 16 anos morreu, sentei do lado dele algumas horas antes para me despedir, senti que naquele dia ele não iria mais levantar, lembrei de quando escolhi ele no meio de outros tantos vira-latas, quando ele morreu foi junto um pedaço da minha infância.
              Termino aqui meu relato, as experiências podem ser boas ou ruins não sabemos nos marcam de diversas formas, mas só essas que nos ficam vivas na memória, que conseguimos lembrar com detalhes às vezes até dos cheiros, são as que nos mudaram, essas irão nos fazer pessoas mais fortes e mais preparadas para a vida, nos encurtam caminhos e nos previnem de outros, fatos que guardaremos na memória para sempre.
Uma Experiência para Psicologia Educacional

06 setembro, 2011

O Vazio da Saúde

Penso que ser uma pessoa saudável ou ter saúde é uma questão muito além da definição simplista da OMS a esse respeito. Por que a saúde é quase como um caráter fundamental da existência humana e não somente um completo estado de ser ou estar. Como podemos estar num completo estado de bem-estar se a incompletude é o que caracteriza a existência humana, o vazio diria Schopenhauer.

Segundo os textos e os comentários dos colegas, percebemos que a saúde é muito além do físico-orgânico ou psicológico-social. Por que embora fossem peças nessa engrenagem, elas não são absolutas. Nesse nosso sistema capitalista de vida que prega a velocidade e a competição em detrimento do tempo e reflexão, vimos a evolução de um conjunto de males que nos afetam só de ouvirmos falar neles. Isso gera uma resistência, a resistência dos hábitos saudáveis, mas até eles foram banalizados. Hoje ser saudável é fazer academia duas vezes por semana, fazer yoga, pilates, tomar complementos vitamínicos, ter uma extensa lista de alimentos recomendados por nutricionistas, fazer aromaterapia, musicoterapia, arteterapia, reiki além das psicoterapias, todas elas se for possível para alcançar o ideal ascético do “ser saudável”.

Essa lógica é criada e alimentada constantemente pela mídia e pelo discurso médico que quase provoca o pânico generalizado. E ainda dizemos que os pobres é que são alienados, sem informação adequada para cuidarem de sua própria saúde, recorrendo sempre ao médico do postinho e seus milagrosos remédios. O pobre da vila que não come alface orgânica do Zaffari, que não come o peito de peru ao invés da mortadela gorda, que não faz três seções semanais de psicanálise ou que não desfruta de uma vasta aparelhagem de musculação da academia, esse, não cuida de si.

Penso que como futuro profissional da saúde, preciso me tornar um agente transformador dessa lógica, por que não é possível colocar em um mesmo balaio os modos de saúde do rico do bairro nobre e do pobre da periferia. Não entendam isso como exclusão ou estratificação do social, mas sim uma avaliação dos diferentes modos de vida, as diferentes noções de existência.

Avaliando a história de Nietzsche, não me proponho expurgar o sofrimento, mas trazê-lo para perto, elaborá-lo para que eu possa crescer com minhas próprias dificuldades. Por que penso o sofrimento como uma característica iminente da existência humana que não exclui a saúde, o bem-estar e a felicidade por que se sofre com constantes dores físicas ou mentais. Talvez a resposta seja a harmonia, mas talvez o que se entenda hoje como saúde seja só mais uma utopia. E as utopias como disse Galeano, servem para isso, para que corramos constantemente atrás delas, por que o que penso agora como saúde é criar com o que temos e o que não temos modos de se estar em paz consigo mesmo.

Reflexão sobre Saúde - Psicologia da Saúde








Humor Intelectual

À respeito das últimas aulas, onde falávamos sobre a ciência e os seus saberes sobre o Universo. Me lembrei dessas tirinhas do site Um Sabádo Qualquer, que fazem um humor bem bacana com figuras intelectuais, como as aí de baixo sobre o Einstein, além de Freud e Nietzsche.



           







02 setembro, 2011

Ponto de Mutação(2)

O filme Ponto de Mutação é muito bom para dialogar este assunto da crise moral,social e da saúde do ser humano. Essa crise vem se agravando ao longo de alguns anos, o modelo de vida moderno em que os modismos tomam conta da população, sempre se quer o novo,mais fino,mais colorido,se quer ser diferente mais ao mesmo tempo queremos as mesmas coisas, as pessoas se preocupam mais em ter do que em ser .O mundo em que os governos não protegem mais o seu povo e favorecem as grandes corporações em troca de favores e que os homens dão mais valores a bens materiais do que a qualquer sentimento, causa um esvaziamento do que é a natureza humana. Só a espécie humana tem a capacidade de ter compaixão e de salvar alguém dentro de um prédio em chamas por exemplo, acho que estamos perdendo os sentimentos mais humanos e nos preocupando com futilidades.

Vimos uma enorme evolução da humanidade em termos tecnológicos, em menos de 70 anos o homem pode alcançar o universo, pisou na lua e enviou sondas para os lugares mais distantes da galáxia, foi também a lugares mais fundos no oceano, descobrindo novas forma de vida marinha, na medicina já temos até um coração artificial, também já somos capazes de operar um paciente através de um robô, mesmo o médico estando a milhares de quilômetros da sala de cirurgia, não podemos negar o avanço da tecnologia, mas será que ela esta sendo usada da maneira que deveria? A nível moral que está o grande problema do homem, tivemos grandes avanços tecnológicos mas a nossa forma de pensar continua a mesma.Vimos através da história grandes populações e muitas culturas terminarem por motivos parecidos, não acredito na extinção da espécie, mas nesse ritmo estamos caminhando para uma situação muito grave, o modelo de vida atual está muito desgastado, a humanidade parece não saber para onde correr.

Mas nem tudo esta perdido, já percebi que este assunto esta sendo abordado com frequência em diversos meios de comunicação, na televisão inclusive. No canal History Channel, esta dando um documentário muito interessante chamado; Profetas da Destruição, aonde alguns cientistas estão estudando as causas e tentando apontar um novo rumo para que a humanidade passe por essa crise moral que está atingindo o mundo. Acho que a mudança dever ser agora, devemos ter um comportamento mais social e não individual, só dessa forma, trabalhando juntos teremos grandes mudanças a fim de melhorar o mundo que é de todos nós.
Comentário Crítico sobre o Filme MindWalk - Ponto de Mutação