30 setembro, 2018

30 de setembro de 2018/inacabado

O fenômeno Bolsonaro e o recrudescimento do fascismo nosso de cada dia está aí, dado à luz do dia, os esqueletos caíram do armário e não há mais armários para ocultá-los. A tarefa agora que se impõe é uma grande análise institucional, num sentido mais próximo do sentido psicanalítico do termo, da nossa sociedade e de nossa história, assim como a África do Sul fez com o presidente Nelson Mandela após o fim do regime de apartheid, ou ainda mais perto, como tem feito nossos vizinhos uruguaios, argentinos e chilenos a respeito de seus períodos ditatoriais. Não é mais possível que se viva sob à sombra do militarismo e de suas ameaças. O mais próximo que tivemos desse tipo de análise de nossa história foi com a comissão da verdade que teve pouca ou quase nenhuma repercussão na sociedade brasileira. Não tanto por conta dos interesses do governo Dilma, talvez pelos acordos com os setores militares, mas sobretudo por causa de uma condescendência da mídia em não dar a visibilidade necessária para esses debates no âmbito nacional. A mídia brasileira é condescendente com o recrudescimento do fascismo em não fazer nenhum tipo de crítica às crescentes manifestações de ódio ao longo do anos. Muitos dividem essa conta e devem dividir a responsabilidade.

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