Fazemos um esforço muito grande para não decepcionar as pessoas, mas eventualmente isso irá acontecer e a vida é um constante pisar firme sobre todos os ovos. Quer dizer, não há ovos intactos e somos seres falíveis em tudo, por mais óbvio que isso seja e por mais difícil seja incorporar essa mentalidade em nossos modos de viver. Sempre que se aproxima o final do ano, e parece que esse ano não acaba nunca, pensamos em todos os possíveis que não realizamos, todos os erros que cometemos ou deixamos de cometer, lembramos toda dor e angústia de um ciclo tal como os outros. E como seria mais fácil viver dentro de uma programação que obedecesse toda a previsibilidade de viver sem riscos, sem dor, sem sofrimento, sem a torturante dúvida do dia de amanhã. Por isso criamos mapas, céus, cartas que nos guiam nessa escuridão do viver uma vida que contranaturalmente nos joga na solitária e dura realidade de sermos livres como seres humanos para construir e criar nossos próprios sentidos, como se isso nos afastasse eternamente de qualquer herança selvagem, qualquer herança animal predisposta, qualquer instinto inevitável de seguirmos os caminhos do destino, qualquer destino. E assim trocamos rotas, trocamos trocamos veredas e desejos.
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