LOUCURA E PARRESÍA ENTRE A ÉTICA E A POLÍTICA:
APONTAMENTOS PARA O DELÍRIO COMO DISCURSO CRÍTICO A
PARTIR DE
MICHEL FOUCAULT
Ensaio
de defesa
Quem profere um discurso se arrisca. Desde a aula inaugural de Michel Foucault no Collège de France em 1970, A ordem do discurso, esse horizonte dos discursos nos coloca diante da questão do desejo e da coragem de quem aposta no discurso a própria vida. Através dos discursos criam-se materialidades arriscadas, abre-se um jogo de resultados indeterminados onde os efeitos do discurso são sempre desconhecidos antes de sua enunciação. A vida, nesse caso, é uma aposta nesse jogo enquanto uma ética da coragem, ética do dizer a verdade perante si e aos outros. Como coragem na direção existencial de si e dos outros, esta perspectiva ética e também política desafia o poder, desacata-o, joga com esse risco – esta é a perspectiva discursiva presente nos últimos cursos dados por Michel Foucault antes de sua morte, cursos que marcam uma preocupação do filósofo francês com a liberdade dos discursos de verdade, liberdade das práticas de subjetivação, liberdade das relações políticas que são determinantes para uma postura corajosa da filosofia.
É assim que começa o meu ensaio de desejo, de coragem e de certo desacato como o do louco e do cínico. Um trabalho de ensaio para além exegese da obra foucaultiana, mas que pelas suas margens, busca um respiro dessa liberdade parresiástica para ainda falar de loucura quando imaginamos já ter sido dito tudo do que deveria ser dito sobre a mesma.
Se for possível medir a vida através de resultados, acredito estes resultados não seriam avaliados em termos de sucessos ou de fracassos, mas sim pelo quanto de verdade esses resultados carregam. Os resultados da vida seriam medidos pelo tanto de coragem em afirmar a verdade manifestada por suas atitudes diante de si mesmo. E a verdade, nesse caso, seria a comprovação de algo verdadeiro perante aquele que a afirma diante de si e dos outros em uma atitude ética e política no mundo. Para afirmar tal verdade, é preciso ter a coragem diante dos riscos que tal atitude carrega, diante do jogo indeterminado de vida e de morte que apenas uma atitude honesta e corajosa pode afirmar. Dizer a verdade sobre si mesmo não é uma atitude segura e muito menos uma atitude fácil, porque expõe não só as virtudes daquele que fala, mas também as suas fragilidades e os seus enganos. Se não se mede a verdade tão somente pelo verdadeiro ou pelo falso, talvez, mede-se pelo sujeito que se liga a esta, o sujeito em sua atitude de coragem neste próprio ato de fala. Então, produzir um discurso é sempre uma atitude arriscada, porque arrisca na exposição da verdade a integridade do sujeito que fala, a integridade de suas relações e a integridade de sua realidade.
O trabalho que aqui se encerra termina com a total sensação de incompletude do tema exposto. E a verdade aqui exposta não pode ser medida em termos da totalidade do que se poderia falar sobre a loucura, mas sobre o quanto se desejou falar de liberdade, de coragem, de crítica e de transgressão do sujeito louco. Desta forma, para medir os resultados de tal intento, é preciso confrontá-lo com ele mesmo, confrontá-lo com seus objetivos e com seus argumentos, confrontá-lo com tudo aquilo que foi capaz de dizer sobre si mesmo, sobre tudo aquilo que ele foi capaz de dizer sobre o seu desejo de dizer, confrontá-lo com a virtude daquele que o assume, confrontá-lo com a sua verdade.
Por isso, o que foi dito até aqui, diz muito do desejo em dizer ainda alguma coisa sobre a loucura, dizer aquilo que se tem vontade de dizer, dizer aquilo que se sente necessidade em dizer, dizer aquilo que se supõe não ter sido dito ainda, dizer aquilo daquela forma particular que nos dispomos a dizer, dizer de uma forma especial e singular que imaginamos dizer. E se este trabalho foi assentado num delírio que germinava desde muito tempo, parece que agora alucinar é um pouco dessa coragem em dizer o que resta. E mesmo com tudo que já foi dito e que poderia ter sido dito acerca da loucura, agora é apenas um decalque, apenas um instantâneo daquilo que ela pareceu ser naquele momento, apenas a imagem daquilo que se permitiu manifestar de tal experiência, experiência esta que está constantemente se estranhando consigo mesma e com quem a enxerga. Talvez essa tal experiência do delírio diga ainda alguma verdade sobre nós mesmos, sobre o mundo em que vivemos, sobre a realidade que vivenciamos, sobre o humano, e de todo o oculto que nele habita. Talvez?! Mas com certeza o ato de falar sobre este delírio diz muito daquele que fala, diz muito daquele que tem algo a dizer, diz muito da verdade que se tem a dizer e que se quer dizer. O delírio diz muito daquele que o assume enquanto delírio, na concretude densa e penetrante dele. No delírio, na implacável materialidade do louco, habitam todos os possíveis, habitam todos os escândalos da verdade e da razão. Ou seja, o louco é a materialidade histórica daquilo que escapava das convenções pelo escândalo do verdadeiramente outro.
Logo, este trabalho pretendeu ser um pouco do delírio para que a vida não sufoque, para que a incontornável verdade da vida não sufoque, para que não se sufoque a vida com a verdade. E este ensaio pretende mostrar, agora sem justificativas de datas, páginas ou conceitos, a importância de assumir esta verdade, de assumir este delírio como forma de discurso, como forma de uma parresía do desatino que não cansa de zombar de nossa pretensa racionalidade, que não cansa de zombar de nossa egocêntrica racionalidade, que não cansa de sua zombaria cínica. Daí então que este ensaio pretende ser a verdade corajosa do desatino que apresento não só para mim, mas para todos os outros aqui presentes. Ensaio que quer ser a coragem delirante de dois anos de angústias e de inseguranças, mas também de sucessos e de aprendizados. Dois anos que aprendi que pensar é alucinar, que pensar é enxergar na escuridão do seu tempo, que pensar é enxergar a implacável radicalidade do outro, que pensar é cartografar e imaginar utopias concretas, que pensar é pensar na diferença, seja dialética ou virtual. Nestes dois anos que hoje se encerram, me dei conta que pensar é mesmo travessia e naufrágio. Naufrágio tardio de escrever sobre o discurso do louco como uma potência crítica a partir da dimensão da parresía e a importância da verdade da loucura num contexto ainda a desbravar.
É bem verdade que aprendi que a verdade não é tudo o que se diz dela, não é a totalidade e nem a completude do que pretensamente se pode dizer sobre ela. Mas aprendi que toda verdade dita é completa, é completa no desejo e na coragem de dizer, é completa no momento de sua enunciação, é completa naquilo que tem de acontecimento, de crítica e de delírio. Assim foi minha leitura da parresía e da loucura em Foucault. Daí que a verdade da loucura não pode ser o erro, não pode ser o engano do irracional, senão que o irracional só pode ser a cegueira das luzes que encobrem a singularidade desta crítica imanente que habita o discurso do louco. Cegueira de uma história de violências que fizeram da loucura seu objeto e sua projeção, projeção encarcerada na doença, no desvio e no transtorno. Sim, no transtorno, no transtorno da disrupção da crítica radical, da crítica sombria e marginal do louco cínico, do louco parresiasta, que se aproxima e se afasta das ordens institucionais.
O louco como cínico é o escândalo da verdade que ele materializa, e representa às margens de uma cultura que pretendeu superar-se na razão, mas deixou de fora de seu projeto a alteridade do louco como outras tantas formas de diferença.
Por isso não concebo a loucura como conceito e nem tive a pretensão de aqui fazê-lo. A loucura só pode ser descrita pelos sujeitos reais que a vivem, pelas pessoas sãs ou não que se relacionam com a particularidade desta experiência singular do humano. Mas não como sua natureza ou como sua ancestralidade primitiva ou infantil, senão como forma de reconhecer que tudo aquilo que é do humano não me é estranho, porque a estranheza da loucura é apenas mais uma face dessa alteridade desarrazoada que ocupou os imaginários humanos desde a Antiguidade. E mesmo a ingenuidade da loucura ou a sua violência irruptiva não são estranhas. Há na loucura muito dessa sensação de estranhamento e desacomodo, e mesmo os conceitos sofrem com tal tipo de percepção. Os conceitos se desacomodam em relação à loucura na impossibilidade de conter numa estrutura teórica estável a sua força crítica. Por isso, os loucos devem ser vistos prioritariamente como sujeitos reais com suas presenças reais, com suas falas reais, com seus discursos éticos e políticos reais e materiais assim como o são na parresía. No entanto, é preciso levar em consideração que a loucura e o louco respondem sempre por lugares multiformes, lugares polimorfos na pluralidade que apresentam, então, capturar essa imagem no conceito, sempre abre uma brecha ao contraditório de si mesma, onde a definição de doença mental tentou dar um contorno estável a uma instabilidade histórica da estranheza humana. O conceito de doença mental dá a universalidade teórica que esse limite impede, mas também reduz o louco à identidade da doença.
Assim, este problema de cultura vem constituindo tanto a loucura quanto a doença mental através das épocas e culturas distintas – por meio ou de uma política do enclausuramento e a sua contenção física, simbólica e subjetiva ou de uma pluralidade multiforme e a sua liberdade desarrazoada um tanto mística, divinatória ou profética – e mostram os horizontes indeléveis que a força desse fenômeno tem ocupado nas paisagens concretas ou imaginárias de nossa história. Tal força desse fenômeno é disruptiva, múltipla e disforme, marginal por sua natureza estranha que ao longo da história foi muito mais estranha apenas a si mesma. A grande política de separação que um dia foi capaz de distinguir pela negatividade toda espécie de fenômenos positivos produtos de sua própria lógica de captura, enclausuramento, contenção e tutela, não é capaz de dizer a verdade sobre a totalidade do desatino sem que se contraste com ele o reflexo de seu conteúdo desalojado. Ou seja, de como a loucura é produzida por sua cultura que lhe dá o estatuto de não-pertencimento. O ser da loucura é um ser no negativo e apesar da busca de toda a positivação sob uma mesma concepção de doença mental, toda a afirmação de loucura é a afirmação de uma virtualidade despojada de seu conteúdo, mas investida de todas as potencialidades em si mesmas não-loucas. Por isso mesmo o louco é toda medida do possível, toda possibilidade de efetuar em si o que ainda não é de sua cultura, tudo aquilo que a ela não se integra, a virtualidade do que ainda não tem lugar. Desta forma, antes mesmo do lugar de acossado pela razão soberana, o louco é o conservado, o preservado, é aquele que guarda em torno de si as virtualidades ainda não cristalizadas, ainda não capturadas sob a forma do racional, da norma, da média, do conceito e etc.
O que se desenha no horizonte trágico da loucura é todo um processo de governamentalização da vida que não se limita apenas ao louco, pois atingiu também as mulheres, os criminosos, os homossexuais, os negros, os indígenas e toda espécie de diferença marginal ao mesmo. E a psiquiatria, a medicina e as formas mais apuradas do poder psiquiátrico vigiam essa fronteira asséptica que mantém imaculada a identidade da exterioridade rebelde. De maneira que o louco está inserido em uma universalidade genérica da loucura/doença, mas afastado da universalidade social dos outros não-loucos. É como se o louco fosse aquele sobrecarregado de conteúdo, ou seja, de toda a conceitualização e classificação patológica e moral em si, mas, ao mesmo tempo, uma figura no negativo da diferença que representa para as convenções sociais. Logo, este processo histórico de positivação da loucura a partir do aparato conceitual psiquiátrico como uma classificação nosológica, apenas reforça ainda mais na identidade da doença a exceção à norma que a loucura constituiu.
O problema da localização histórica da loucura enquanto um fato de civilização não deve ser considerado apenas como um problema sociológico que dependerá exclusivamente da inclusão ou da exclusão de tal sujeito do âmbito público. O problema que está no centro dessas dinâmicas envolve fundamentalmente as produções de saberes e a institucionalização de conhecimentos sobre a loucura a partir de mudanças de racionalidades filosóficas e científicas em torno dela que ainda se sustentam sob justificativas moralizantes. Por isso é um problema ético e político. O que nos coloca diante de um processo de reconhecimento ainda maior no âmbito social que acarreta a pertinência do louco dentro de uma sociedade e a sua liberdade de atuação como qualquer outro ator ético e político. Dessa forma, é importante atentar para a pertença social do louco, que depende, em maior medida, da pertinência da tensão produzida pela loucura no contexto social, que desacomoda a razão apenas pela excepcionalidade de sua presença. Por isso que, a mirada de uma prática ética e discursiva da loucura num contexto político é fundamental até para a análise histórica dessa experiência devido aos próprios deslocamentos internos sofridos por essas figuras da loucura.
Por este modo, o louco é um sujeito de fronteiras, das suas próprias fronteiras e das fronteiras da razão e da loucura, fronteiras do que é ser louco. O louco parresiasta é esse sujeito de fronteiras e as fronteiras – assim como as definimos como aquilo que, apesar das convenções entre as partes – é sempre subvertido e ultrapassado em seus marcos históricos. Marcos da verdade, da crítica, da coragem da verdade daquele que entra no jogo arriscado da enunciação do discurso. Cruzar fronteiras é como desafiar certa ordem, mesmo que essa ordem não seja tão autoritária como em algumas fronteiras transnacionais que conhecemos. O desafio do louco parresiasta é desafiar a própria definição de loucura que o cerca e que muitos de nós endossamos como naturalidade patológica, sendo hoje inconcebível outra definição de loucura além da do sofrimento psíquico inerente às doenças mentais. Por isso, o louco não só é capaz de um discurso livre e crítico inerente dessa atividade discursiva parresiástica, mas também é capaz de invenção e de afirmação de um sentido completamente outro de ser louco no mundo. Mas claro que essa afirmação de ser outro louco como forma completamente distinta da que estamos acostumados, pode passar pelo abandono da própria categoria e terminologia de loucura, de louco, de ser louco enquanto uma identidade ontológica. Já que na loucura, sua ontologia se submete a sua história de divisões, de exclusões e de discursos.
Sendo assim, o louco, como mais um ator nesse jogo de discursividades, expressa de forma particular num modo de dizer e atuar a verdade que lhe é característico como figura da alteridade. A figura do outro é fundamental para a parresía, sendo na relação com esse outro que o discurso se efetiva de fato, não sendo tão somente um solilóquio ou um monólogo interno de quem profere a sua verdade. Mas uma relação de generosidade e de coragem entre aquele que apresenta a sua verdade ao outro que a recebe e que se constitui por ela. A relação com a verdade dita e o sujeito enunciador se dá em um contexto social, se dá sob a escuta de um outro capaz de reconhecimento daquele discurso e capaz de resposta a este. Essa relação com a alteridade é fundamental não só como uma condição dessa noção política no sentido da esfera pública do discurso, mas também fundamental para a relação ética que se estabelece entre os personagens desse processo de subjetivação.
O trabalho aqui pretendeu apontar alguns breves paralelos e semelhanças entre a loucura e a parresía como forma de realocar o louco dentro de um contexto discursivo onde a sua particular forma de verdade seja de fato efetivada como discurso. E a parresía, na forma da coragem da verdade ou do escândalo da verdade, enquanto uma dramática do discurso verdadeiro, ou seja, enquanto prática possível, não apenas discursiva, mas também como modo de vida e de experiência marginal e transgressora, pôde oferecer condições teóricas para esse projeto. Mas a intenção que encerra esse projeto foi a de abrir brevemente uma nesga de liberdade de fala, uma liberdade de tudo dizer como na parresía, onde seja possível falar de verdade sem que se remeta à verdade do conhecimento, sem que se remeta à verdade das convenções científicas como verdades estáticas e naturais, sem que se remeta a um processo de dominação como fatalismo inescapável do paradigma psiquiátrico. Mas entender que como na parresía, a verdade da loucura é uma relacional entre o sujeito e a sua experiência de subjetivação que o constitui e constitui os outros com a presença e exposição de uma verdade acontecimental.
Cada vez mais as práticas contra-hegemônicas se desenham num futuro possível de luta e resistência política, sejam estas práticas, práticas de grupos vistas nos movimentos sociais ou pequenas práticas cotidianas que partam do pensamento-ação como devir-revolucionário para abrir novos caminhos. Todas elas reúnem um amplo espectro de atuação política muito diferente das formas tradicionais do âmbito político institucional. Cada pequena crítica, cada pequeno desconcerto já é um início válido para mudanças subjetivas significativas no espectro de novas políticas, entendendo como político tudo aquilo que tem de verdadeiro na presença crítica da diferença. A verdade se torna então palco de lutas e como tal deve ser radicalizada em sua potência crítica, isto é, é preciso que tenha movimento, ação e pensamento coadunados numa experiência ética e política indissociável. E se nunca se pensou o suficiente, sempre haverá algo para pensar, pois o pensamento é ação da política também, ação da interioridade à exterioridade, assim como um falar a verdade sem medo das ulteriores consequências e produções. E quantas pessoas na história da humanidade já não perderam a vida por falar a verdade? Por isso há algo de crítico neste ato, porque incomoda alguém, porque desacomoda uma ordem, porque desloca uma relação de poder. Logo, incomodar é agir sobre o desacomodo, provocá-lo cada vez mais a fim de deslocar as ordens dos seus lugares de saber e de poder predominantes para que se possa criar o diferente. Assim é o escândalo da verdade que incomoda, e quem se incomoda com ele vive na mentira, na falsidade da lisonja e da retórica protegida dos perigos dessa exposição do dizer. Deste modo, é preciso viver a verdade, mas não sob a luz de uma verdade incandescente e ofuscante como da verdade-conhecimento que a tudo revela, porém, viver a verdade com tudo aquilo que ela tem de sombra e de margem, assim como o despojamento cínico, o despojamento como transvaloração das ordens e das convenções sociais. É preciso viver a verdade-acontecimento naquilo que ela tem de transgressão e de coragem do verdadeiro como nova experiência de relação social e política.
Assim, o trabalho que hoje é defendido termina completamente incompleto de tudo que poderia dizer, e mesmo no desejo de tudo dizer, no desejo de falar tudo, tudo ainda está incompleto. Contudo, hoje dou por encerrado este percurso na filosofia, não sem desejo de ficar, não sem desejo de voltar, mas com uma imensa impossibilidade de permanecer. Então, se comecei este percurso dizendo que quem produz um discurso se arrisca, hoje reforço dizendo que não foi sem riscos que este trabalho se encerra e se faz reverberar por outras bandas. Pois sendo a deriva a metáfora mais comum para descrever e se relacionar com o desatino, haveria nesta um tipo de sentimento de constante flutuação e deslocamento entre o estático e o mutante, por isso a dificuldade em permanecer. Dificuldade em permanecer o mesmo.
27 de março de 2017