25 maio, 2016

Assistindo hoje ao Jornal do Almoço, saquei porquê ontem a brigada militar não reprimiu violentamente os manifestantes apesar de estar fazendo a segurança (particular) da sede do jornal Zero Hora. O que está por trás disso?
Isso serve apenas a um interesse, vendo a semiótica da coisa, que é a mensagem que diz que violentos são esses manifestantes (bandoleiros, comunistas, marginais, maloqueiros) que atacam o sagrado direito à informação ruim que é o abençoado compromisso do grupo (golpista) que tanto preza os queridos gaúchos. Percebem quantas informações (subliminares, subreptícias) estão por trás dessa coisa que é dar uma notícia?
O mesmo acontece com as notícias sobre a greve dos professores, sobre as ocupações nas escolas, sobre a ocupação lanceiros negros, sobre o MST, sobre qualquer coisa que vá de encontro aos interesses do Grupo RBS e seus apoiadores (políticos e econômicos). Não haveria problema se esses interesses não fossem completamente opostos aos interesses de outros grupos sociais, interesses básicos como educação de qualidade, respeito ao trabalhador e seu direito a ser dignamente remunerado por isso, direito à terra para plantar, direito à moradia nestes tempos frios. Mas não, esses interesses não são importantes porque eles não dizem respeito ao meu direito de ser enganado por esses canalhas que nos fazem acreditar que os interesses do Sartori e da Gerdal são os meus interesses.
O governador anunciou que dia 30 irá decidir se parcelará novamente os salários do funcionalismo, porém o salário dele não será parcelado, nem de seus secretários como o Vieira da Cunha que diz que não tem dinheiro para os professores, nem para ninguém. Mas os benefícios aos deputados estaduais, aos juízes, aos secretários têm todo o dinheiro que precisar.
Saber onde gastar o dinheiro é uma opção política e diz respeito apenas a interesses políticos e não de receita. Não Túlio Millmann, os professores não podem protestar sem prejudicar o ano letivo dos alunos, porque o governador já fez isso e os alunos estão juntos com os professores, lhes apoiando nesse que é o maior aprendizado. Ocupar e resistir.