02 maio, 2013

Aforismo

Estamos fazendo neste semestre uma disciplina que se chama Seminário de Integração II, onde nos foi proposto fazer uma aforismo pequeno, inspirados no modo de escrita nietzscheana. Bom, este é o meu sobre estes Tempos de internet.



Dos tempos de internet
Como pode, nos dias atuais, não se estar conectado nas redes sociais? Como se pode afirmar a existência humana sem estar no facebook? O perfil no facebook, para aqueles que dedicam umas horinhas nele, é uma vitrine para a realidade, querer mostrar-se um pouco aos outros. Mas é também se manter conectado a uma rede virtual de relacionamentos, que precisa ser afirmada tanto no virtual quanto real. Mostrar-se é indubitavelmente uma característica das redes sociais na atualidade, já que a internet comporta espaços múltiplos de informação. No entanto na internet não há espaços de silêncio, assim como em qualquer outra mídia social, mas no caso das redes sociais, expressar-se diante das tragédias ou fofocas, dos acontecimentos globais é quase como um dever compulsório. “Retuitar”, “cutucar”, “curtir”, “comentar”, termos comuns a todos os internautas é uma obrigação moral diante de uma informação, o que se vê muito na necessidade de deixar comentários em todos os espaços visitados. Obviamente a internet não foi feita para o silêncio, para o se calar diante de um fato, mas nestes tempos de internet as informações estão ali quando e onde eu preciso, precisar neste caso é um verbo com outro significado, por que é quando eu tenho interesse, quando eu não tenho nada melhor pra fazer. A internet é aquela que exerce também o papel de ocupar os espaços de ócio, por que quando tudo é para o último minuto, o que se precisa é de mais tempo para se encaixar, bem apertada, mais uma atividade. Talvez nunca antes se falasse tanto no tempo, nunca antes se precisou tanto dele, nunca se jogou tanto tempo fora, tanta vida fora. Enquanto isto, eu atualizo o meu face, não posso aparentar inanição.